sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Sou eu.



Ando pela rua, vento no rosto, e dúvidas na cabeça. Por todo lado vejo gente. Gente gritando, gente sorrindo, gente chorando. Gente chorando não para que alguém possa ver; gente chorando por dentro, gente que o coração está chorando e transparece isso não em lágrimas, mas em olhares perdidos, faces marcadas pelo desespero. Ouço gente xingando, gente brigando, marido discutindo com mulher, mãe gritando com filho, criança fumando cigarro, adulto jogado na calçada de tanto beber cachaça. Vejo outros fingidos. Ah, mas quantos fingidos eu vejo! Aqueles que se sentam em volta de uma mesa cheia de cervejas e com um pandeiro na mão, tentam mostrar como a vida deles é agradável. Mas alguém esqueceu de dizer a eles que a felicidade não se vê nas ações e sim, no que leva as ações a serem feitas. Faltou alguém dizer a eles que a tristeza fica impressa no olhar e na face de quem a tem. Esqueceram também, de falar a eles, a eles todos, aqueles que são verdadeiros defuntos espirituais andando pelas ruas, que a vida de verdade não é essa aqui. Não sei porque cargas d'agua não falaram àqueles que choram escondidos, aqueles que descontam suas revoltas nos outros, aqueles casais que tem um relacionamento definhando, aquelas famílias que se odeiam ao extremo, aqueles que defendem a ideia de que vivem muito bem nesse mundo, mas que na verdade tem é uma capa super-protetora para poder não se questionar, esqueceram de falar a todos esses aí que o mundo pode ser bonito mesmo quando o céu está cinza e tudo indica que uma forte tempestade está para vir. Não avisaram que o único vício que nos liberta é o sangue. O sangue de Cristo.
E quem são esses esquecidos? Essas mentes e corações tão extremamente debilitados, que conseguem esquecer de avisar ao mundo, bater na porta do vizinho e falar "Ei, existe esperança pra você!". Quem serão eles? Quem serão esses que deixaram o mundo chegar onde está? Quem serão os responsáveis? Serão aqueles que estão tão preocupados em realizar mais a sua vontade do que a vontade de quem os enviou? Serão aqueles que reclamam tanto das pessoas, mas que não movem um dedo pra poder se colocar no lugar do outro? Serão aqueles que estão tão atarefados cuidando do que o sue umbigo quer, que não conseguem enxergar que o mundo está com os olhos tapados e é o dever deles tirar a venda do pecado, pois eles tem a solução. Eles tem o auxílio. Eles tem a Água da Vida. Serão aqueles que se encharcam com essa água e não tem coragem de doar nem meio copo para aquele sedento que bate a porta todos os dias?
            Sim. São eles. Sim. Sou eu. Sim, são os denominados filhos do Rei, herdeiros da Terra Prometida, donos da felicidade. São eles. Sou eu. Culpa minha quando digo “Deus manda mais pessoas comprometidas com o Senhor para pregar a Tua palavra!” quando eu mesma poderia me mexer e começar a ser a mudança que eu quero ver. Porque deixar para o outro a responsabilidade? Sim. Sou eu. Se uma pessoa se transforma, outras tantas são transformadas como resultado da transformação de uma. Revolucionários, não reacionários. Reacionário é aquele que reclama e não faz nada, revolucionário é aquele que não perde tempo reclamando, mas que tenta mudar a situação de alguma forma. Chega de ser reacionária. Vou partir pra revolução. Vamos comigo?

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