Existe algo que é de importância
vital para nós dentro do Reino: sermos transparentes. Sem máscaras. Sem
fingimentos. Sem capas. Sem ampolas de vidro em volta.
Acredito
que Jesus tem levantado uma Igreja dentro da própria Igreja, um povo diferente,
um povo livre de falsidade. E a falsidade da qual me refiro não é só aquela de
sorrir para o irmão mas não gostar dele, de falar “Deus abençoe” mas na verdade
não ter um pingo de desejo de que isso realmente aconteça; é uma falsidade
nossa com Deus, algo que acontece só dentro de nós e que Deus sabe que tá ali e
começa a se manifestar num louvor, enquanto nos preocupamos com o que o outro
está pensando quando nos vê levantando a mão ou chorando, quando nos enfiamos
numa capa de “super crente” e achamos que Deus revelou certas coisas só pra
gente, que só a gente tem experiências com Ele, que só a gente tem o
discernimento, que só a gente pode, só a gente tem e etc.
Deus
tem nos chamado a romper com esse fingimento todo, com essas máscaras de fazer
certas coisas mais pelos homens do que pra Ele. De assumir compromissos só pra
não desapontar o pastor, e não se importar se está desapontando a Deus. Ele tem
nos chamado para mais do que ter a vida como um livro aberto, Ele nos tem
chamado para sermos transparentes, para sermos naturais, simples.
Algo
que precisamos entender é que ser transparente pede trabalho. Pede tempo a sós
com Deus. Pede busca. Ser transparente é passar aquilo que está em meu coração
de forma natural, sem nem que eu perceba. Ser transparente com as pessoas é
deixar de querer mostrar algo que não é, e naturalmente, mostrar quem vc é e
quem vive em você. Nosso maior anseio deve ser nos transformar em transparentes
porque somente assim poderemos passar do amor do Senhor. É ter um nível de intimidade
tão alto com Deus e um vida tão ligada à Ele, que só de as pessoas nos verem,
perceberem algo diferente, algo especial, algo como… Jesus. A ponto de
acontecer como aconteceu com um irmão em Cristo, que não havia dito uma só
palavra e um homem que ele nunca tinha visto na vida, aproximou-se e disse que
queria o que esse meu irmão tem, não sabia o que era, mas queria. Será que nós
temos sido transparentes a esse ponto? Deixar o Espírito ser tão livre em
nossas vidas a ponto de outros nos olharem e enxergarem que, epa, algo de muito
especial aquela pessoa tem, e ainda que eu não saiba o que, eu quero!
É
hora meus queridos, de tirarmos muitas capas, muitas máscaras. De nos
apresentarmos como realmente somos, sem medo. De clamarmos a Deus para sermos
pessoas cheias dEle, porque queremos ter nossas raízes nEle, ter nossa vida
embasada na palavra dEle, ter nosso coração queimando um fogo que nunca acaba,
porque afinal, Ele é nosso Deus e tudo que Ele tem feito em nós é muito novo,
muito incrível e muito libertador pra poder ficar retido dentro de nós. É
preciso fluir de nós a vida que temos recebido, e a fonte dessa vida só pode se
revelar numa vida transparente, numa vida que não esconde quem é, que mostra
que pode errar e que erra muito, mas que tem o coração quebrantado, contrito e
disposto a ser trabalhado por Deus. Eu não preciso esconder quem sou por trás
de uma capa de crente que vai em todos os cultos e programações, que ora todos
os dias antes das refeições e antes de dormir, que tem a bíblia aberta em algum
salmo na sala. Eu não preciso de fachada, eu preciso de vida. Porque quando
orar e ler a Palavra trazerem vida à minha vida é que eu vou conseguir ser mais
transparente. Porque aí não vai ser uma rotina, um farisaísmo, algo que eu faço
só no domingo na igreja, vai ser algo que me move, algo que começa a sacudir
meus dias e me transformam numa pessoa que respira Cristo e que mostra a
realidade libertadora do evangelho através dos mais simples detalhes da minha
vida.
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